02 abril 2010

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"Morre lentamente quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem destrói o seu amor-próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma escravo do hábito, Repetindo todos os dias o mesmo trajecto, Quem não muda as marcas no supermercado, não arrisca vestir uma cor nova, não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
Quem prefere o "preto no branco"
E os "pontos nos is" a um turbilhão de emoções indomáveis, Justamente as que resgatam brilho nos olhos, Sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, Quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, Quem não se permite, Uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da Chuva incessante, Desistindo de um projecto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece E não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior do que o Simples acto de respirar.
Estejamos vivos, então!»


Pablo Neruda

1 comentário:

Pegadas disse...

..live fast...die young! Para não morrer aos bocadinhos! Abraço. Gostei de passar por aqui. There are many more silent nigths...