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No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida
No teu poema existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E, aberta, uma varanda para o mundo
Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da senhora da agonia
E o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte
No teu poema
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonhos inquietos de quem falha
No teu poema
Existe um cantochão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte
No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo o mais que ainda escapa
E um verso em branco à espera de futuro
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No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida
No teu poema existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E, aberta, uma varanda para o mundo
Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da senhora da agonia
E o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte
No teu poema
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonhos inquietos de quem falha
No teu poema
Existe um cantochão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte
No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo o mais que ainda escapa
E um verso em branco à espera de futuro
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4 comentários:
"No teu poema" de José Luís Tinoco (letra e música), interpretado pela primeira vez por Carlos do Carmo no Festival da Canção de 1976, onde este foi o único interprete de todas as canções a concurso.
Mais tarde, Simone de Oliveira gravou este tema e celebrizou-o. Um texto notável, uma melodia mágica.
No espectáculo de 50 anos de carreira, Simone de Oliveira interpretou "No Teu Poema" com Madalena Iglesias. Grande momento, grande espectáculo, grande Simone.
"No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo o mais que ainda escapa
E um verso em branco à espera de futuro "
Um dos melhores poemas que alguma vez li, e cantado pelo Carlos do Carmo é qualquer coisa de divinal!
Havia uma dupla em Coimbra - o Zé e o Dani - que juntos faziam Los Dos Melones que, muitas lágrimas, me fizeram derramar, num barzinho onde a malta se costumava juntar às quintas-feiras à noite, o Sing Sing Bar... parece que foi há mil anos atrás, mas boas memórias e grandes amigos guardo desse tempo.
Este, era um dos temas derradeiros, o qual adoro.
Obrigada por esta recordação :)
Beijinhos grandes, P.
lindissimo.....
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